Quando eu era criança, assistia ao SBT todos os domingos de manhã e,
entre os programas matinais, surgiu Gilmore Girls com o infame nome Tal Mãe, Tal Filha. Acabei
crescendo, esquecendo a série, até que, enfim, resolvi ver a série inteira (uma
vez, duas vezes, CINCO vezes). Então, quando soube que Gilmore Girls voltaria
com 4 episódios, pela Netflix, passei todo o ano esperando a data.
Acho importante dizer que foi com aqueles 7 anos anteriores de Gilmore
Girls que surgiu o meu amor por séries; foi naqueles 7 anos que conheci atrizes
que, hoje, estão fazendo novos shows com temáticas importantíssimas (Krysten
Ritter, Melissa McCarthy, Liza Weil, etc.);foi naqueles 7 anos que conheci
músicas e livros.
A série teve suas falhas? Sim, muitas. E, ainda
assim, é uma das mais importante, para mim, até hoje.
Nos
4 episódios de, aproximadamente, 1h30m, que estrearam no dia 25/11, na Netflix,
de conseguir reunir todo o elenco, mantendo a importância de cada um. Eu estava bem curiosa em saber como lidariam com o personagem de Edward Herrmann (o ator faleceu no final de 2014) e não poderiam fazer uma homenagem melhor a ele. Também tivemos Hep Alien, In Omnia Paratus¸Dragonfly, Luke’s. Todos os grandes símbolos da série estavam ali, todos os personagens estavam ali.
Todos os dramas Gilmore foram jogados e resolvidos. Eu adorei a forma
como Lorelai e Emily se reconciliaram, o momento Wild de Lorelai, e a forma como abordaram a sexualidade de Michel.
Apesar de terem sido fatos importantes para a trama, a palavra dessa
temporada é mudança: Amy Sherman nos
mostrou que, apesar de querermos que tudo continue no mesmo ritmo, na mesma
comodidade, a mudança é necessária. Vemos isso em Emily em pequenas coisas como
ficar com a mesma empregada por tanto tempo, em coisas médias como se livrar do
que não traz alegria e sair do DAR, e em coisas maiores, como a morte
de
Richard, com quem foi casada por 50 anos; vemos isso em Lorelai e começa a
realmente se encontrar e a aceitar que nem tudo é exatamente como ela imagina;
vemos isso em Rory, que está completamente perdida profissionalmente. Eu achei
muito bom colocar alguns fracassos na vida de Rory, pois, ela sempre foi
retratada como a garota perfeita, que não fazia nada de errado, que tudo dava
certo, que sempre tinha sorte e que o futuro brilhante a aguardava – sempre me
lembro de uma cena em que Richard e Emily sentem-se ultrajados por Rory não ter
entrado no New York Times, como se
ela merecesse entrar, só por ser a Rory. Acho importante passar isso às
pessoas, passar o fato de que apenas um diploma não garante sucesso e de que
você não é melhor do que ninguém.
Jess fez o papel de conselheiro e - assim como com o
discurso para que Rory voltasse à Yale e falasse com Lorelai, na sexta
temporada - ele é quem dá a luz à Rory, para que ele não fique tão deslocada, com “escreva um livro, Rory” e, mais uma
vez, ela o ouve e entra de cabeça em uma nova empreitada.
Foi com bastante dificuldade que eu assisti ao último
episódio do revival (Fall), com o nó
na garganta que estou, inclusive, agora, enquanto escrevo. As peças
realmente começaram a se encaixar e terminamos o quarto e último episódio com
aquela sensação de “agora, sim, as Gilmore
vão ficar bem. Agora vai dar tudo certo.”, mas Amy não nos deu tanta atenção e jogou Rory, quase passando a ideia de que ela viverá como a nova Lorelai.
As
palavras de Carole King, depois de ver os 4 episódios, nunca fizeram tanto
sentido “If you’re out on the road,
feeling lonely and so cold, all you have to do is call my name and I’ll be
there on the next train”.
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