Não é série ou filme, mas uma peça e, pela excepcionalidade
do teatro, vale a pena falar.
Dia 10/05, resolvi ir ao teatro para ver a performance de
Mel Lisboa – que tanto falavam – no musical “Rita Lee mora ao lado”. Comprei
ingresso, sentei na minha poltrona – que, infelizmente, teve que ser no setor “balcão”,
porque, o site para compra de ingressos, dizia que não tinha mais para plateia –
e aguardava o início do espetáculo, já com algumas opiniões formadas, depois de
ver vídeos e entrevistas.
Começamos, de cara, com a música “Agora só falta você” e,
então, vimos que eles não estavam de brincadeira. Conhecemos, através dos olhos
de Bárbara Farniente, interpretada por Carol Portes, que dá o tom e toda a
linha narrativa da história, vários momentos.
Passamos por personagens marcantes da música popular
brasileira: temos Gilberto Gil, Gal Costa, Caetano Veloso, Tim Maia, Elis
Regina, Lucia Turnbull, João Gilberto e, incrivelmente interpretado por Fabiano
Augusto (aquele do comercial “quer pagar
quanto?”), Ney Matogrosso, entre outros. Ainda podemos contar com uma
atuação do apresentador Ronnie Von e uma Hebe Camargo, feita por Débora Reis,
que, quando aparece, rouba a cena de Mel Lisboa – percebi, entre as pessoas que
estavam sentadas próximas a mim, que, na cena de Hebe Camargo, elas não olhavam
para a cantora e, sim, para a apresentadora, que estava brilhante.
Conhecemos a história de Rita Lee desde a infância, com
cenas na escola, com a família, irmãs, a prisão, o momento em que conheceu
Roberto de Carvalho, quando conheceu Elis Regina, a expulsão dos Mutantes.
Foram muitas coisas contadas em 2 horas e meia.
Mel Lisboa, de forma alguma, canta como Rita Lee (ninguém
canta como Rita Lee), mas a atriz chegou muito perto com suas caras e bocas,
jeitos e trejeitos e o deboche. Na verdade, acabamos nem ligando para o vocal
da garota, quando passeamos por hits como “Mamãe Natureza”, “Panis et Circenses”,
“Coisas da Vida” e “Doce Vampiro”– são cantadas várias músicas,
com uma performance que beira o espetacular. Para mim, o momento em que Mel
canta “Menino Bonito” é o que está a ponto de desabar, um dos mais emocionantes
entre os 150 minutos e, então, quando ouvimos as mortes de vários ícones
musicais anunciadas ao som de “Coisas da Vida”, quase nos sentimos, realmente,
ao lado de Rita Lee.
A peça foi baseada no livro homônimo, que mistura vida real
e ficção.
Mel Lisboa chegou a ouvir de João Lee – filho de Rita Lee –
que, algumas vezes, via a mãe no palco. Um elogio desses, saindo de quem saiu,
não pode ser ignorado.
O público não é composto por muitos jovens (apesar de Rita,
ainda, ter muito sucesso, as pessoas muito novas não costumam ouvir suas
músicas), foi meio complicado ver pessoas até mesmo da minha idade e, com 22
anos, já não sou tão nova assim.
No mais, a peça é só mais uma forma de mostrar o
quanto Rita Lee representa para a música, o povo brasileiro. Vale a pena
conferir o espetáculo no Teatro das Artes, no Shopping Eldorado, em São Paulo.
Os ingressos não estão caros e, claro, prestigiar a arte e o talento nacional
nunca é perda de tempo ou dinheiro.
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